Conheça o The Beak and Barrel, novo ‘bar pirata’ da Disney com reservas esgotadas até o final do ano
Casa, dentro do Magic Kingdom, serve comida com ares caribenhos em ambiente divertido e deliberadamente caótico.
Gritos de “Ahoy!” ecoam pelo ar enquanto garçons fantasiados de piratas circulam entre as mesas com bebidas tropicais. O ambiente é caótico, barulhento e deliberadamente confuso – exatamente como deveria ser um bar pirata no meio do Caribe há três séculos. Este é o The Beak and Barrel, o novo conceito gastronômico da Disney que está fazendo tanto sucesso no Magic Kingdom que as reservas já estão esgotadas até o final do ano.
Inaugurado em 29 de agosto no Adventureland, o estabelecimento representa uma novidade na Disney: uma experiência gastronômica completamente imersiva que limita a permanência dos visitantes a apenas 45 minutos. A medida, embora compreensível pela alta demanda, cria uma atmosfera peculiar onde os clientes precisam literalmente correr contra o relógio enquanto tentam aproveitar a experiência.
“A história dos piratas do Caribe é no Caribe, e eu queria incluir um ingrediente que fosse indígena de nós”, explica Bobby Rivera Otero, desenvolvedor de conceitos gastronômicos da Disney e um dos responsáveis pela criação do cardápio. O porto-riquenho com 19 anos de experiência na empresa conseguiu introduzir elementos de sua herança cultural no ambiente pirata, como no dip de culantro que acompanha o Island Provisions – um prato compartilhável com chips de banana-da-terra, tortilhas de milho azul e pão achatado.
O verdadeiro diferencial do The Beak and Barrel, no entanto, não está necessariamente na comida. A cenografia é impressionante: dividido em várias áreas temáticas como The Mess, Mapmaker’s Room e Captain’s Quarters, cada ambiente conta sua própria história. Navios em miniatura travam batalhas épicas dentro de garrafas, enquanto mapas antigos revelam segredos piratas para quem souber procurar.
O que comer no The Beak and Barrel?
O cardápio, embora conciso, reflete essa filosofia imersiva. O destaque fica por conta do Cook’s Corn Griddle Cakes with Chipotle-braised Chicken (US$ 14), bolinhos de milho quentes recheados com queijo derretido e servidos com frango refogado no chipotle. O prato surpreende pelo equilíbrio agridoce – uma característica que pode assustar alguns paladares mais conservadores, mas que demonstra a sofisticação técnica da cozinha Disney.
O Kraken’s Catch (US$ 18) traz tentáculos de polvo marinados em limão siciliano e lime, acompanhados de azeitonas, pimentão, abacate e uma espuma de pimentão-piquillo com amêndoas. Bobby revelou na coletiva que a receita nasceu das memórias de infância. “Quando eu era criança, meu pai era mergulhador. E me lembro que íamos à praia. Em Porto Rico há muitos quiosques nas praias de Loíza, Isla Verde, Río Grande. E meu pai tentava comer a salada de polvo”.
As bebidas seguem a mesma linha narrativa. O Plunderer’s Punch (US$ 46) chega servido em uma caneca de caveira pirata que o cliente pode levar como souvenir, enquanto o Cursed Treasure (US$ 7,75) – opção não alcoólica – combina leite de coco, farofinha de cookie e espuma de baunilha, finalizado com uma moeda de chocolate dourada.
Desafios da operação
A operação do The Beak and Barrel apresenta desafios únicos mesmo para os padrões Disney. Com turnos de apenas 45 minutos e demanda altíssima, a equipe precisa manter a qualidade da experiência sem comprometer a rotatividade. A limitação de tempo, embora necessária, gera opiniões divididas entre os visitantes. Muitos reclamam da pressão de ter que consumir rapidamente em um ambiente que convida à contemplação e ao relaxamento. Por outro lado, a urgência adiciona uma dose extra de adrenalina à experiência – afinal, piratas de verdade também não tinham muito tempo para se demorar em tavernas.
O sucesso do conceito já inspira outros projetos na Disney. “Estamos sempre observando como os visitantes reagem”, revela Bobby. “O feedback tem sido incrível, especialmente sobre como conseguimos criar essa atmosfera autêntica de bar pirata”.
Para completar a experiência, a loja vizinha Plaza del Sol Caribe Bazaar oferece mercadorias exclusivas, incluindo camisetas do Beak and Barrel e um papagaio de pelúcia para carregar no ombro – uma das febres dos parques de Orlando, aliás, com pessoas andando com pelúcias no ombro em todos os lugares.
O estabelecimento funciona com reservas obrigatórias através do sistema Disney, e visitantes menores de 21 anos são bem-vindos, embora o ambiente seja claramente pensado para um público mais maduro. Há limite de duas bebidas alcoólicas por pessoa, e a iluminação baixa combinada com a atividade intensa pode não agradar a todos os perfis de visitantes. “No final das contas, estamos contando a história da pirataria através da gastronomia”, resume Bobby. “Cada elemento – desde o dip de culantro até as canecas de caveira – foi pensado para transportar as pessoas para esse mundo”.
Com reservas esgotadas e filas de espera se estendendo por meses, o The Beak and Barrel prova que ainda há espaço para inovação gastronômica nos parques Disney, mesmo depois de décadas de operação. Resta saber se o conceito conseguirá manter o mesmo nível de interesse quando a novidade passar – mas, por enquanto, os piratas estão definitivamente dominando os mares do Magic Kingdom.
