A vila inglesa preservada que se esconde no centro de São Paulo
Quem frequenta o centro de São Paulo já deve ter se deparado com a Vila dos Ingleses. Localizada a poucos metros da Estação da Luz, essa vila centenária desempenhou um papel importante no desenvolvimento da cidade. Sua construção começou em 1915, em um momento em que a capital paulista ganhava cada vez mais força econômica. Naquela época, a cidade era considerada a Metrópole do Café e sua população não parava de crescer, gerando diversas transformações no espaço urbano.
Conheça a história da Vila dos Ingleses
No início do século 20, a riqueza do café e a chegada das ferrovias impulsionaram o crescimento acelerado de São Paulo. Para se ter uma ideia, a população paulistana se multiplicou por oito em apenas 30 anos: de 69 mil habitantes em 1890, passou para 579 mil em 1920. Esse cenário abriu as portas para investimentos tanto locais quanto estrangeiros, possibilitando a construção da Vila dos Ingleses.
O terreno que abriga a vila pertencia à Marquesa de Itu, que o transferiu em 1913 para sua sobrinha-neta, Eliza de Aguiar D’Andrada, esposa de Eduardo de Aguiar D’Andrada. O marido, diretor técnico da São Paulo Railway Company, e o casal decidiram transformar o espaço em uma vila residencial.
Assim nasceu a Vila dos Ingleses, que contava com 28 sobrados de estilo vitoriano. As casas serviam como moradia para os engenheiros britânicos que trabalhavam na construção da Estação da Luz, criando uma vila operária inglesa no coração de São Paulo. Com o passar dos anos, porém, os primeiros moradores começaram a deixar a Vila dos Ingleses. O conjunto passou a abrigar famílias de classe média e alta, mas esse perfil mudou na década de 1940. Com o surgimento da rodoviária, pensões e lojas populares na região, as famílias abastadas se mudaram e as casinhas vitorianas foram lentamente caindo em abandono.
Já visitou a vila inglesa de São Paulo?
Após o fechamento da rodoviária e a reforma da Pinacoteca de São Paulo, na década de 1980, a Vila dos Ingleses voltou a ser reabilitada. O bisneto da família D’Andrada, Pierre Moreau, liderou um processo de revitalização do espaço, transformando-o em uma área comercial. Desde então, a charmosa vila vitoriana do centro de São Paulo abriga escritórios de advocacia, arquitetura, design e outros. A vila também recebe eventos e festas esporadicamente, mantendo viva uma das vilas operárias mais bem preservadas de São Paulo.
