Museu lança filmes que celebram memória e identidade indígena

Museu Lança Plataforma Online para Celebrar a Memória e Identidade Indígena

O Museu da Pessoa, uma instituição dedicada à preservação da memória e das histórias de vida dos brasileiros, deu um passo significativo ao lançar uma plataforma online gratuita que abriga a 5ª Mostra Audiovisual – Vidas Indígenas. Esta iniciativa visa destacar a rica diversidade cultural dos povos indígenas do Brasil através de 31 curtas-metragens, todos produzidos a partir de entrevistas coletadas no acervo do museu, no âmbito do programa Patrimônios Imateriais e Vidas Indígenas.

A plataforma, que pode ser acessada através do site mostra.museudapessoa.org, oferece uma vitrine para as narrativas audiovisuais que exploram a identidade e a resistência dos povos indígenas. Os curtas foram criados por realizadores de diversas partes do Brasil, que tiveram a oportunidade de selecionar histórias de vida de seu interesse para transformar em produções audiovisuais.

A Importância do Audiovisual na Preservação Cultural

O audiovisual é uma poderosa ferramenta que não apenas documenta, mas também celebra as experiências e a cultura dos povos indígenas. A diretora e fundadora do Museu da Pessoa, Karen Worcman, enfatizou a relevância dessa abordagem ao afirmar que “existe uma tecnologia ancestral de memória, que passa de geração em geração e resiste ao apagamento”. Com a Mostra, essas narrativas ganham nova vida no ambiente digital, alcançando um público mais amplo e promovendo a visibilidade necessária para a valorização das culturas indígenas.

Premiação dos Melhores Trabalhos

A cerimônia de premiação da 5ª Mostra Audiovisual ocorreu em São Paulo, onde foram anunciadas 13 produções vencedoras em quatro categorias: Criadores Indígenas, Novos Talentos, Categoria Livre e Júri Popular. Cada um dos premiados recebeu um prêmio no valor de R$ 4 mil, reconhecendo o esforço e a criatividade dos realizadores em contar essas histórias.

Produções em Destaque

Na categoria Criadores Indígenas, destacam-se obras como:

  • O Homem que enfrentou o Curupira (Belém/PA) – Moara Brasil Xavier da Silva: Uma narrativa ancestral em que um caçador escapa do Curupira com a ajuda dos macacos.
  • Conhecedor de jejum para cacuri (Iaureté/AM) – João Arimar Noronha Lana: Um relato do povo Tariano sobre a espiritualidade na pesca tradicional.
  • Rubro (Douradina/MS) – Arlane Jorge João: A história de Cecília, do povo Kubeo, que relembra sua infância e laços de identidade.
  • Entre línguas e silêncios (São Paulo/SP) – Maiara Astarte: Reflexões sobre o aprendizado e a perda de línguas entre as novas gerações.

Na categoria Categoria Livre, os filmes premiados incluem:

  • Os sonhos de Jampoty (Atibaia/SP) – Aline Pinheiro da Cunha: A cacica Valdelice narra histórias de luta e espiritualidade do povo Tupinambá.
  • O Grande Matraquinha (Osasco/SP) – Ana Carolina Loturco: Dona Everalda revive uma saga oral sobre a tradição da pesca.
  • Vai existir esses cantos (Alcântara/MA) – Raíssa Souza: Alzenira Guajajara resgata cantos tradicionais de sua memória.
  • A Viagem de Sebastião (São Paulo/SP) – Vinicius Galaverna: Memórias de Sebastião Lana, um indígena Tariano marcado por migrações e catequização nos anos 1950.
  • Entre o latido e o silêncio (São Paulo/SP) – Isa Katupyryb: Um sonho de uma jovem que se transforma em pesadelo com cães que bebem lágrimas.

Na categoria Novos Talentos, os premiados foram:

  • Mergulho Ka’apor (Campo Grande/MS) – Luanna Maria R. Mafra Siqueira: Uma videoarte que conecta natureza e sagrado pelo canto ancestral Ka’apor.
  • Cotia da Mata (São Carlos/SP) – Ana Choueiri: Lucila da Costa Moreira narra a reconstrução da memória do povo Nawa.
  • Cacique Alberto e os “Seus”: Uma História em Três Atos (Rio de Janeiro/RJ) – Maria Eduarda Trindade: Um relato da trajetória de liderança e luta do cacique Alberto.

Por fim, na categoria Júri Popular, o filme premiado foi:

  • Ponte entre o visível e o invisível (Chapecó/SC) – Camila Puntel: Uma narrativa onde Maria Helena Guajajara compartilha saberes de cura e espiritualidade.

Considerações Finais

O lançamento da plataforma online do Museu da Pessoa e a realização da 5ª Mostra Audiovisual – Vidas Indígenas representam um marco importante na valorização das culturas indígenas e na preservação das suas narrativas. Através do audiovisual, essas histórias ganham força e visibilidade, permitindo que cada vez mais pessoas possam se conectar com a rica diversidade cultural que compõe o Brasil.

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